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RELATO DE PACIENTE DO SEXO FEMININO, IDADE DE 63 ANOS:


 

Tenho 63 anos, sexo feminino e moro em Belo Horizonte. Com o avançar da idade fui percebendo que no meio da noite após umas três horas de sono eu comecei a acordar com um incômodo nas pernas. No início tentei correlacionar esse fato com minhas atividades do dia anterior como caminhadas, academia, esportes, se tinha ficado muito tempo de pé, etc. Observei que não tinha relação com as atividades do dia anterior. Sempre tive estilo de vida saudável praticando atividade física, boa alimentação, não tabagista, ingestão moderada de bebidas alcoólicas e fazendo avaliações médicas periódicas. Sono normal, muito bom até então.

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No início eu tive dificuldade de identificar os sintomas que começaram a me incomodar durante o sono, felizmente não tenho os sintomas durante o dia, e já convivo com esses aproximadamente uns dez anos. No início eram mais raros e apareciam e desapareciam repentinamente. Nos últimos anos têm sido mais frequentes e me incomodam com grande frequência.

 

Eu acordo no meio da noite com a sensação de pernas cansadas, é um desconforto, uma agonia, algo assim. Eu não sinto câimbras nem dormência. Então faço movimentos de alongamentos e movimentos com as pernas que acalmam e eu durmo. Isto acontece várias vezes a noite e atrapalha muito a qualidade do sono que é interrompido várias vezes.

 

 

Como muitos indivíduos portadores dessa síndrome, fui em vários médicos de diversas especialidades, uma verdadeira peregrinação em clínicas médicas, angiologistas, ortopedistas, geriatra, fisiatra, nutrólogo e neurologistas e comecei também a fazer massagens relaxantes, acupuntura, osteopatia, fisioterapia. Fiz inúmeros exames laboratoriais e também usei o medicamento Sifrol receitado por um neurologista que me disse pela primeira vez que eu era portadora da SPI. O tratamento não teve nenhum efeito e eu sofri com os efeitos colaterais do Sifrol. Nada surtiu o efeito esperado! Achei estranho o nome da síndrome porque no meu caso não fico mexendo as pernas e nem tenho “tique nervoso”, então fui pesquisar para tentar entender o que era, já que os neurologistas e outros médicos pouco me explicaram sobre a SPI, talvez pelo pouco conhecimento científico e pelas diferentes manifestações nas pessoas, talvez por inexperiência específica da síndrome.

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Então fui ficando agoniada por não encontrar uma solução, um tratamento, algum médico que me explicasse o que está acontecendo, fiquei com receio de ir para a cama a noite, fiquei irritada por não dormir bem e comecei a queixar da situação para a família e amigos. Aí então, todos eles fizeram o diagnóstico: você está ansiosa, nervosa, precisa procurar um psiquiatra. Tudo bem, lá vou eu desesperada para melhorar! Comecei a usar ansiolíticos que no meu caso pioraram os sintomas da SPI e então desisti desse tratamento que não me ajudou especificamente na melhoria dos sintomas nas pernas.

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Busquei em Belo Horizonte algum médico especializado em SPI e não encontrei. Recentemente pesquisei nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein em São Paulo e não encontrei um neurologista especializado em SPI. O que me informaram é que eu teria que passar por um neurologista do hospital que depois me encaminhariam para outro se fosse o caso. Então desisti de marcar uma consulta porque eu buscava um especialista.

Bom, segui então levando a vida e convivendo com a SPI, insegura e inquieta por não saber como resolver essa situação e sempre buscando uma solução. No início do mês de janeiro tive um quadro de tontura e recorri a uma médica neurologista de plantão no Hospital Mater Dei que me solicitou as ressonâncias magnéticas do crânio e dos vasos arteriais que felizmente apresentaram resultados normais.

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Por acaso, por obra de Deus, por obra do destino, sei lá, no retorno médico como houve uma troca de plantão eu fui atendida pelo Dr. Guilherme Marques e então o foco da consulta passou a ser a SPI quando ele leu no relatório médico que a colega neurologista havia feito e registrado no meu histórico as minhas queixas sobre as pernas.

O Dr. Guilherme me atendeu muito bem, me esclareceu algumas questões, explicou que realmente os mecanismos que desenvolvem a SPI são pouco conhecidos, as pessoas têm sintomas e manifestações diferentes, mas me deu um alívio e uma grande esperança por se tratar de um médico especialista na área por formação acadêmica e experiência de casos de muitos pacientes. Era o que eu buscava, um médico com especialidade em SPI! Estou ciente que pode não haver uma cura definitiva, mas com certeza agora um médico com conhecimento atualizado da SPI poderá me indicar um tratamento adequado e que me dê mais qualidade de vida com o alívio dos sintomas da SPI.

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Então agora comecei a fazer um tratamento seguindo as orientações do Dr. Guilherme, fazer atividade física, evitar a ingestão de cafeína e comecei a usar um medicamento na tentativa de controlar os sintomas. Exames laboratoriais também foram realizados. Farei um retorno médico em duas semanas. Tenho fé e esperança de obter sucesso nesse tratamento ou em outro que seja necessário de acordo com o Dr. Guilherme. Mas pelo menos agora eu tenho alguém para me guiar e me levar no caminho certo.

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Espero e desejo que vocês colegas portadores de SPI alcancem sucesso no tratamento com o controle dos sintomas da síndrome para que possam viver em paz. Um caminho é buscar o médico certo!

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